"O garoto invisível" - Banda Palhaço Paranóide


E se...
Foi o meu pensamento nas duas vézes em que trabalhei com a Palhaço Paranóide. Era uma dúvida sobre a quantidade de coisas e sentimentos em que eu estava vivendo no período em que era convocada para dividir as insanidades deles, e uma dúvida sobre não saber dizer "não" nunca a eles.
E lá estava eu... Experimentando roupas, criando formas de fazer as pessoas entenderem o que eu entendia dos personagens que haviam me dado com tanto cuidado e zelo. Tentei fazer deles pedaços estilhaçados de mim mesma, e atuei... Não, na verdade eu vivi cada um deles.
Essa banda de meninos excêntricos que parecem tão comuns em olhos estranhos e que ganham uma tamanho desproporcional quando entram no mundo da Comédia Dell'Arte, ganharam esse espaço gigante no meu ser. Eles me salvaram sem nem perceber as minhas quedas bruscas. Me salvaram de tantas quedas possíveis...
E hoje, depois de tanto tempo os admirando, sendo fã de suas músicas, de seus rostos, e principalmente de suas coragens. Estou totalmente rendida a ser Paranóide e não precisar voltar ao real enquanto respirar do lado desses insanos meninos.

O som deles é uma mistura de poesia com facas. Parece que cada uma nos atinge naquilo que mais doí. E ficamos sem chão diante de nossas próprias fraquezas. E foi assim que me apaixonei.
O último trabalho deles foi o clipe chamado O garoto invisível, que gravamos em União dos Palmares, uma cidade altamente respirável de Alagoas.

Era um lugar com cheiro de terra e estrume de animais, mas tinha magia até nisso.
Ficamos por dias numa fazenda em que de tão antiga, tinha-se medo até de andar, porque o barulho desse gesto tão singelo poderia acordar a todos da casa. Mas estávamos equivocados quando pensamos que aquelas pessoas eram só pessoas. Elas eram aquele lugar.
Acabamos pegando mais do que uma locação e uma casa. Pegamos lágrimas e sorrisos.
Em momento nenhum pensei que estávamos sendo tanta coisa como foi naquele lugar. E é pensando naquele lugar que fecho os olhos quando não consigo respirar.

Fazer parte desse projeto me devolveu oxigênio suficiente para mais algum tempo. Sou grata ao dia em que meus olhos cruzaram com as pequenas esmeraldas dos olhos de Guilherme de França.
Hoje sou mais forte, mais Paranóide, mais mãe do que jamais fui porque pude experimentar a sensação do que é estar perto de uma forma tão pura de vida.
Agradeço aos meus belos meninos: Guilherme de França, Rodrigo Carneiro, Anderson Aredes e Yuri Alexandrovich pela chance de fazer parte do seu mundo. E de me permitir fazer parte do mundo de vocês.


E aqui estão os dois trabalhos áudio-visuais dessa banda incrível:

Clipe da música: A rosa e o vagabundo

Clipe da música: O garoto invisível

Em breve vocês poderão conferir o novo álbum da banda: O céu dos elefantes
Acompanhem a Palhaço Paranóide :