Resenha de "O Círculo de Pedra" (Ricardo Costac)



"Épico e singular" 



Sinopse: 

O que você faria se tivesse que guardar o maior segredo de todos os tempos e nunca... nunca pudesse revelá-lo a mais ninguém? E se tivesse que conviver com um segredo tão incrível que mudaria sua vida para sempre? Cinco jovens estudantes descobrem um segredo guardado por quatrocentos anos que os fará viver a maior aventura de suas vidas. Eles serão levados a descobrir coisas inacreditáveis nessa fantástica jornada, desafiando constantemente suas habilidades, inteligência e coragem. E quanto a você, seria capaz de guardar o maior segredo de todos os tempos? (SKOOB)
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Primeiramente devo dizer que Ricardo Costac é um autor escandaloso de maravilhoso; tanto em termos de escrita, como em atenção aos seus leitores. Ele tem uma dedicação sem fim ao propósito que é seu livro, e fiquei muito fã dele justamente por esse motivo. 

Vamos ao livro em si? 
Ok, ele tem um começo pra lá de chamativo: Um bar no meio do nada, chuva e alguém com uma boa história para contar. O prólogo do livro o vende. E então, a partir daí, você começa a conhecer os protagonistas, que são muitos: Rafael, Daniel, Marc, Chester e Margareth - Essa última não vejo tanto como protagonista. 

Eles foram aceitos em uma escola muito famosa por devolver ao mundo pequenos gênios, e por abrigar mistérios físicos, químicos e biológicos em toda a sua região. A escola foi construída em uma ilha bem longe de qualquer população. Imagine só vários adolescentes em um lugar assim, curiosidade? Lógico, né?! 

Eles começam a pesquisar sobre o lugar, e descobrir coisas que não deveriam. Isso acaba os levando em uma aventura muito maior do que imaginavam. - Não dá para falar mais do enredo sem soltar spoilers. 

O livro tem um começo lento, conhecemos toda a ilha e algumas pessoas que moram nela, isso fica meio chato, as vezes. Contudo, quando a história começa de verdade, você não consegue largar. 

Todos os meninos tem seu grau de importância no livro. Cada um deles tem uma aptidão diferente, e todas elas se provam muito úteis em determinados momentos. Marc é um músico excelente, Chester é melhor com cavalos do que com pessoas, Rafael é bom com fechaduras e é bastante aplicado, Daniel é tipo um líder, destemido e invejável. Todos eles são muito amigos e cuidam uns dos outros. 

Uma coisa que pode incomodar algumas pessoas, é a forma de narração do autor. Ricardo passeia e usa essa coisa da mudança do ponto de vista com muita facilidade, e as vezes parece que nunca conhecemos muito bem aquele protagonista, porque acabamos por ver a história do ponto de vista de seis pessoas diferentes; e se você parar para contar, é bem mais do que isso. Eu, pessoalmente, achei incrível essa facilidade de mudança de narrativa, mas algumas pessoas podem não se sentir confortáveis com isso, e acabam por conhecer menos os personagens e suas visões.  

O mundo criado por Ricardo é enorme e complexo e vivo! Me encantei mais pelo mundo do que pelas pessoas nele. Tem algo que me lembra bastante os grandes épicos que lia quando criança. E lembranças de infância tem cheiro de livros velhos e chocolate ao leite. 

Um ponto bem positivo no livro é a diagramação, ele não tem cara de nenhum livro nacional que eu tenha na estante. O livro é muito lindo! As folhas, a textura, a capa... 

Um ponto negativo, foram algumas trocas de nomes de personagens, nada de exagerado que não se consiga entender, mas o suficiente para marcar a página e dizer isso ao autor depois. Tenho certeza de que o problema será corrigido na próxima edição. 

Indico esse livro para quem gosta de épicos e criaturas que não existem e um mistério pra lá de bom! Sem contar o maravilhoso mundo criado pelo autor. Sério, eu quero um lugar daquele pra mim. Amei!



Quotes:

- Gosta de ouvir histórias, senhor Dypes? 
- Eu vivo delas - respondeu secamente  [página: 9]

- Lendas... lendas tão antigas criadas por gente ignorante e supersticiosa  - Voltou o olhar para o mar azul-turquesa. - As pessoas adoram acreditar na veracidade dessas bobagens para tornarem suas vidas menos monótonas. [página: 33]

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